Em 1953, realizei um sonho de minha adolescência: conhecer os Estados Unidos e sua classe média dominante. Do Brasil, conhecia o seu expoente, São Paulo.
Imagine-se o meu choque ao entrar em Nova York, em plena Times Square, coração da Broadway, então me dar conta do enorme fosso que separava aquela cidade da nossa capital paulista, em termos de infraestrutura e desenvolvimento.
Durante três meses, o meu programa de viagem era visitar fábricas de produtos e equipamentos. A meu pedido, os organizadores da viagem escolheram fábricas de menor porte, quando então visitei a Rex, que produzia 1,5 geladeiras por dia, enquanto a Springer, somente seis. Foi através de choques sucessivos que terminei a minha viagem e voltei ao Brasil.
Então, a encruzilhada: “Jogar a toalha” e ficar no meu microcosmo, ou converter o que havia visto em desafio de transformar a franciscana realidade da Springer, fazendo-a crescer e aparecer, começando praticamente do zero... mas com muita garra, determinação e vontade política ... aliás, mais importante que o capital.
Essa história real demonstra que quando se opta pela acomodação e busca-se o consolo olhando para os que estão pior do que nós, e assim confrontando a nossa consciência, na verdade não estamos cumprindo nossos deveres de cidadãos. Consolarmo-nos com a miséria e a pobreza da América Latina, do Caribe ou da África, por exemplo, é uma atitude covarde e egoísta de quem não conhece os deveres que se impõem àqueles que viajam para ver o mundo vencedor e não consolar-se com os perdedores.
Quando ainda vejo políticos que abraçam as causas da esquerda radical, endeusam a ditadura de Fidel Castro e de sua Cuba empobrecida e de outros populistas latino-americanos ou africanos, pergunto-me: por que essas lideranças ditatoriais são admiradas quando impõem às suas sociedades o caminho de engatinhar na pobreza, privando gerações e gerações dos seus legítimos direitos de conforto e bem-estar; e o pior, e fazendo em nome de uma falsa soberania e utilizando ideologias superadas cujo maior fracasso foi a implosão da União Soviética, enquanto ao seu lado coexiste o fenômeno surpreendente do despertar de uma falsa China Comunista pois seu desenvolvimento está apoiado em modelos capitalistas. Quando estive na China, em 1978, eu ouvi de um diplomata chinês não haver nenhuma contradição em condenar os companheiros de Mao Tse-tung, os quadro bandidos, que com a Grande Marcha transformaram a China de poucos ricos, muitos pobres e milhões de miseráveis numa outra nação homogeneamente pobre e os chineses cansados de tal situação e exigiam serem desafiados para mostrar o seu potencial. E assim o fizeram e continuam fazendo, surpreendendo o mundo, todos os dias, respeitados e admirados.
Quando vejo algumas de nossas lideranças políticas pregarem o retrocesso, esquecendo que a comunicação moderna dá a todo o cidadão a oportunidade de visualizar as sociedades vencedoras e perdedoras, do bem-estar em contraposição às da pobreza, afirmo que esses homens públicos ou são míopes ou têm má-fé, mas em qualquer condição indignos de exercer o poder e definir os destinos de suas sociedades.
É a velha encruzilhada:
Aspirar e crescer para ser alguém respeitado pelo mundo ou resignar-se a uma posição de terno emergente. Com certeza não pés isto que a sociedade brasileira almeja, basta olhar o fenômeno da explosão do nosso mercado interno, que mostra o verdadeiro perfil do brasileiro desejando a sua inclusão nos que buscam os naturais desejos de ascensão social e econômica.
[Publicado em Zero Hora em 27/02/2010]
Imagine-se o meu choque ao entrar em Nova York, em plena Times Square, coração da Broadway, então me dar conta do enorme fosso que separava aquela cidade da nossa capital paulista, em termos de infraestrutura e desenvolvimento.
Durante três meses, o meu programa de viagem era visitar fábricas de produtos e equipamentos. A meu pedido, os organizadores da viagem escolheram fábricas de menor porte, quando então visitei a Rex, que produzia 1,5 geladeiras por dia, enquanto a Springer, somente seis. Foi através de choques sucessivos que terminei a minha viagem e voltei ao Brasil.
Então, a encruzilhada: “Jogar a toalha” e ficar no meu microcosmo, ou converter o que havia visto em desafio de transformar a franciscana realidade da Springer, fazendo-a crescer e aparecer, começando praticamente do zero... mas com muita garra, determinação e vontade política ... aliás, mais importante que o capital.
Essa história real demonstra que quando se opta pela acomodação e busca-se o consolo olhando para os que estão pior do que nós, e assim confrontando a nossa consciência, na verdade não estamos cumprindo nossos deveres de cidadãos. Consolarmo-nos com a miséria e a pobreza da América Latina, do Caribe ou da África, por exemplo, é uma atitude covarde e egoísta de quem não conhece os deveres que se impõem àqueles que viajam para ver o mundo vencedor e não consolar-se com os perdedores.
Quando ainda vejo políticos que abraçam as causas da esquerda radical, endeusam a ditadura de Fidel Castro e de sua Cuba empobrecida e de outros populistas latino-americanos ou africanos, pergunto-me: por que essas lideranças ditatoriais são admiradas quando impõem às suas sociedades o caminho de engatinhar na pobreza, privando gerações e gerações dos seus legítimos direitos de conforto e bem-estar; e o pior, e fazendo em nome de uma falsa soberania e utilizando ideologias superadas cujo maior fracasso foi a implosão da União Soviética, enquanto ao seu lado coexiste o fenômeno surpreendente do despertar de uma falsa China Comunista pois seu desenvolvimento está apoiado em modelos capitalistas. Quando estive na China, em 1978, eu ouvi de um diplomata chinês não haver nenhuma contradição em condenar os companheiros de Mao Tse-tung, os quadro bandidos, que com a Grande Marcha transformaram a China de poucos ricos, muitos pobres e milhões de miseráveis numa outra nação homogeneamente pobre e os chineses cansados de tal situação e exigiam serem desafiados para mostrar o seu potencial. E assim o fizeram e continuam fazendo, surpreendendo o mundo, todos os dias, respeitados e admirados.
Quando vejo algumas de nossas lideranças políticas pregarem o retrocesso, esquecendo que a comunicação moderna dá a todo o cidadão a oportunidade de visualizar as sociedades vencedoras e perdedoras, do bem-estar em contraposição às da pobreza, afirmo que esses homens públicos ou são míopes ou têm má-fé, mas em qualquer condição indignos de exercer o poder e definir os destinos de suas sociedades.
É a velha encruzilhada:
Aspirar e crescer para ser alguém respeitado pelo mundo ou resignar-se a uma posição de terno emergente. Com certeza não pés isto que a sociedade brasileira almeja, basta olhar o fenômeno da explosão do nosso mercado interno, que mostra o verdadeiro perfil do brasileiro desejando a sua inclusão nos que buscam os naturais desejos de ascensão social e econômica.
[Publicado em Zero Hora em 27/02/2010]
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