Abdon Barretto Filho | Economista - Diretor de Marketing da Rede Plaza de HotéisO Carnaval pode ser considerado a maior manifestação coletiva popular no Brasil. Em nosso país, as comemorações envolvem todos os habitantes. Alguns fazem a festa, outros trabalham na festa e ainda existem aqueles que aproveitam a festa para o descanso.
Anualmente, milhões de pessoas aguardam o Carnaval para definirem suas comemorações. As viagens são programadas e realizadas para atenderem necessidades pessoais, familiares e profissionais. Observa-se a existência de fluxos de visitantes que buscam atrativos nas comemorações dos mais diversos tipos de Carnavais, destacando-se os seguintes: o Carnaval do Rio de Janeiro; o Carnaval da Bahia; o Carnaval de Pernambuco; o Carnaval de São Paulo; o Carnaval de Porto Alegre, entre outros carnavais dos mais de cinco mil municípios brasileiros.
Na realidade, os diferentes posicionamentos, com apoio indispensável da mídia e da comunidade e os conseqüentes investimentos no evento podem e transformam o Carnaval em uma grande comemoração e, naturalmente, em uma atividade social e econômica que alavanca negócios. A cadeia produtiva do Carnaval envolve produtores e consumidores de equipamentos e serviços. Os espetáculos apresentados durante as comemorações são identificados nos noticiários e nas experiências dos foliões.
Convém salientar que, segundo os historiadores, o Carnaval chegou ao Brasil em 1723, com os portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Em 1840, foi registrado o primeiro baile de Carnaval. Entretanto, somente em 1855 apareceram os grandes clubes carnavalescos originando as escolas de samba do Rio de Janeiro. No Bahia, as sociedades recreativas e carnavalescas também realizaram grandes bailes. De uma maneira geral, as capitais brasileiras imitaram as iniciativas e desenvolveram suas comemorações, sempre em perfeita combinação das lideranças públicas e privadas.
Para alguns pesquisadores, a grande comemoração carnavalesca no Brasil ocorreu em 1917 e a primeira escola de samba, foi fundada em 1928. Destaca-se uma grande inovação no Carnaval brasileiro ocorrida pela influência do Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas de Recife, que viajava no navio D. Pedro II, com destino ao Rio de Janeiro quando seus músicos resolveram se apresentar em Salvador, atendendo a solicitação da Prefeitura, numa quarta-feira anterior ao Carnaval. A aceitação do povo acompanhando e pulando, motivou os fundadores do Trio Elétrico – Osmar Macedo, Adolfo de Nascimento (Dodô) que utilizando cavaquinho e violão, devidamente amplificado, apresentaram-se como “Dupla Elétrica”, em 1950, abrindo as possibilidades de um novo tipo de Carnaval de rua. Atualmente, em nosso país, milhões de pessoas fazem suas opções sobre participar ou não do Carnaval, assim como ouvir, dançar, pular, extravasar na manifestação de repercussão mundial, colocando o Brasil como país do Carnaval. Será?
Respeitam-se todas as opiniões contrárias.
São reflexões. Podem ser úteis.
Pensem nisso.
[Publicado originalmente no jornal A Razão]