O risco é inerente à atividade de negócios, por isso fique atento e saiba como lidar com ele.As avaliações sobre os riscos são feitas apenas em momentos críticos: esse tipo de comportamento, frequente na vida particular de muita gente, também se repete nas atividades profissionais de várias empresas.
É comum que, ao superar uma crise, os gestores façam uma avaliação de muitos outros pontos críticos da empresa, lembrando da fórmula simples de que a prevenção é sempre o melhor remédio. Postura semelhante é adotada pela imprensa, mas com a devida justificativa de que, sem crise, não tem notícia.
O problema é que, por mais bem intencionado que se esteja em favor do cumprimento dessa meta de prevenção e por mais alinhadas que estejam as equipes, se a gestão preventiva não estiver entre as prioridades da empresa, as ações tomadas para evitar novas crises provavelmente serão de pouca serventia. Afinal, na maioria dos casos acabam se perdendo em meio as atividades mais urgentes da rotina operacional da empresa que, se não forem feitas, também provocarão crises.
A prevenção funciona apenas se houver a adoção de uma política de gestão de riscos, de modo que o tema seja efetivamente inserido nas atividades da empresa.
Isso pode ser feito com a adoção da norma NBR ISO 31.000, criada para ser uma referência no tema. Seja lá qual for o formato adotado, a gestão de riscos bem feita permite que a empresa tenha uma base sólida e segura para a tomada de decisão e planejamento, apoio na identificação de oportunidades e ameaças, maior eficiência na alocação e uso dos recursos, redução de perdas com incidentes, melhoria na conformidade com a legislação, entre outros pontos.
Para tanto, a política de gestão de riscos prevê o estabelecimento e a compreensão dos contextos de atividades da empresa. O contexto externo refere-se ao conhecimento do ambiente no qual a organização está inserida, o que inclui o ambiente social, político, regulatório e econômico, entre outros.
Já o contexto interno diz respeito ao conhecimento que a organização tem de sua própria estrutura, tais como políticas, estratégias, capacidades da equipe e cultura, entre outros.
O segundo passo consistente na análise dos riscos. Essa análise compreende a identificação das potenciais causas de problemas, bem como suas conseqüências positivas ou negativas, além da probabilidade de ocorrerem.
Os fatores “conseqüência” e “probabilidade” podem ser devidamente mensurados. O passo seguinte é avaliar o risco, ou seja, comparar os resultados da análise com os critérios de risco para determinar que tipo de decisão será tomada: aceitação, redução, transferência ou prevenção.
Evidentemente que, mesmo com a adoção do máximo de ferramentas possíveis para a empresa se proteger de potenciais riscos, é preciso ter em mente que é praticamente impossível ter risco zero.
O risco é inerente à atividade de negócios. Mas é claro que seu conhecimento e a capacidade de administrá-lo são elementos-chave de boas práticas de gestão que diminuirão exponencialmente a probabilidade de crises acontecerem e darão melhores condições para as empresas lidarem com situações extremas, tais como apagões, enchentes e outros.
[Cristina Martins Silva - Portal HSM]