Nelson Perez - Gestor de Marketing e Professor universitário.
Algumas vezes uma comunicação mal concebida, mal executada ou equivocada pode produzir efeitos negativos ou configurar problemas de qualidade na gestão da Organização como um todo. A partir da útima segunda-feira, clientes Big e Nacional que não utilizarem sacolas plásticas nos supermercados em todo o Estado, receberão desconto. A cada cinco produtos, o desconto é de R$ 0,03, que é o custo de uma sacolinha que seria utilizada para carregar os cinco produtos, informa o vice-presidente da Wal-Mart na região sul, Osvaldo Leivas.
Se a informação apresentada pelo gestor da Wal-Mart estiver correta, a empresa está apenas estimulando que seus clientes tenham uma atitude mais "ecologicamente correta", mas a sua participação termina aí, pois o desconto oferecido é igual ao custo da sacola não utilizada.
Não seria adequado que a empresa também contribuísse com uma parcela própria de esforço em prol da causa tão importante?
Será que está correto referenciar o estímulo ao consumidor (desconto) ao custo preciso da sacola não utilizada?
Possivelmente, a implementação deste processo tenha impactos diversos em outras dimensões da empresa, nos processos de concepção e execução da comunicação, de operação logística e de outras dinâmicas operacionais, que poderiam estar integrados a índole da campanha proposta, permitindo outros aproveitamentos do mesmo processo para a Organização.
"QUEM NÃO USAR NOSSAS SACOLAS NÃO PAGARÁ POR ELAS", é mais do que um argumento frágil, é um desperdício de oportunidade!