
Economista, Mestre em Comunicação e Professor
Grandes mudanças surgiram no mercado de bens e/ou serviços brasileiros depois da estabilização econômica iniciada pelo Governo FHC e continuada pelo Governo Lula. Salvo melhor juízo, o grande destaque está no surgimento de uma nova classe média que também teve influência da expansão da Economia global. Um grande segmento populacional brasileiro está seguindo as tendências de outros países emergentes semelhantes à China e à Índia.
Convém salientar, que existe uma equação econômica que pode ajudar na compreensão do fenômeno: Renda = Consumo + Poupança. É óbvio para quem tem carência de quase tudo, toda renda está direcionada para satisfazer suas necessidade e seus desejos. Logo, a grande explosão de consumo surgida no país é compreensível.
A nova classe média emergente entrou no mercado mudando completamente a oferta de bens e /ou serviços. O consumo por papel higiênico, pasta dental, carne de frango foi evoluindo para a possibilidade de ter cartão de crédito e de crédito fácil para comprar telefone celular, móveis, televisores, entre outros eletrodomésticos. O consumo do carro popular também foi influenciado. Tudo ia a mil maravilhas até a chegada da crise mundial originada nos Estados Unidos da América do Norte (E.U.A.) com o fim da bolha imobiliária, em setembro de 2008. Convém salientar que quando foi identificada a grande insolvência de mutuários que adquiriram imóveis e não tinham condições de honrarem as suas hipotecas, os “papéis” das financeiras e bancos vinculados ao segmento foram impactados, gerando uma crise de credibilidade e de insolvência em todo o planeta. Atualmente, observa-se que a globalização também causa problemas para todas economias do mundo.
No caso do nível de consumo da população brasileira os resultados estão sendo visíveis e espera-se que a decisão de consumo e de poupar seja mais racionais. É natural que os menos informados acreditam que a crise mundial continua sendo “uma marolinha" e/ou que apenas atinge “alguns “ países. Na realidade, para muitos a crise está acabando e a Economia mundial tem muito que aprender com seus resultados. No caso do mercado brasileiro, a busca da eficiência e da eficácia dos empreendedores são exigidas. A revisão de posicionamento perante o mercado é indispensável. Nada será como antes. Uma grande constatação é que a Classe “ C” está forte e influenciando todos os segmentos, inclusive as Classes “A” e “ B” que dominavam os consumos de bens e/ou serviços e que hoje representam aproximadamente 15 %, mas, são os maiores poupadores. Isto é constatado com os bens e/ou serviços de preços baixos e com as margens de lucratividades baixas. Entretanto, como sempre, ficam as opções para quem está disputando o mercado: Qual o bem e/ou serviço que produzo e qual que devo produzir?
Qual o perfil do meu cliente? É rentável minha relação com o consumidor atual Produzir para quem Quais as dimensões dos mercados onde estou atuando? Quais os resultados esperados? Algumas perguntas podem ser aplicadas nos segmentos de alimentos e bebidas até ao consumo do Tempo Livre, incluindo o Lazer e o Turismo (receptivo ou emissivo). São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.