sexta-feira, 15 de maio de 2009

A academia e o mercado profissional.

Prof. Abdon Barretto Filho. Economista e diretor da Rede Plaza de Hotéis.

Hoje a atividade turística já se destaca como grande geradora de empregos. Com base nos estudos do Ministério do Turismo, com apenas R$ 16,2 mil de investimento é possível criar um novo posto de trabalho no setor. Em seguida, vem a indústria têxtil, que requer um investimento de R$ 27,4 mil, e a construção civil, com R$ 28 mil. Já a siderurgia, na outra ponta, necessita de R$ 68 mil para criar um novo emprego.
À luz dessas informações, valem algumas reflexões. Para gerar empregos uma soma de fatores devem ser considerados: a explosão populacional, a longevidade, a expectativa de vida, os investimentos, as rendas, os padrões de consumo, as poupanças. Na realidade, a economia, como ciência da escassez, tem sido a grande base para entender, diagnosticar e prognosticar as opções de melhoria contínua nas vidas de todos nós. A macro e micro economias estão relacionadas quando se discute as relações entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial. A macroeconomia e suas orientações têm como objetivo, em última instância, a busca da melhoria contínua da qualidade de vida da população. As intervenções governamentais buscam, salvo melhor juízo, diminuir as desigualdades sociais e econômicas. Já a microeconomia deve ser a ela complementar, quando envolve questões como investimentos produtivos, aumento de renda e geração de empregos. Não vamos entrar no mérito da parcela da participação do estado na economia de um país e nem nas parcelas dos impostos, taxas e contribuições que as pessoas físicas e jurídicas pagam para o seu financiamento. Na realidade, para que se cumpra a expectativa de um estado indutor do desenvolvimento, é importante salientar a geração de mais empregos. Semestralmente, assistimos ao ingresso de milhares de jovens universitários que buscam oportunidades de trabalho em um mercado globalizado, excludente e competitivo. O mundo acadêmico deve estar interligado ao mundo empresarial e ao mundo político. Entretanto, os trabalhos de pesquisas e propostas acadêmicas para transformarem nosso planeta em um mundo melhor são simplesmente relegados ao segundo plano quando não existem novas oportunidades no mercado de trabalho. A dura realidade é que não existem empregos para todos. A grande alternativa é identificar um conjunto de ações possíveis que contemplem a empregabilidade e o aperfeiçoamento contínuo do “saber-fazer” no segmento que se pretende atuar. Será o suficiente? Acreditamos que sim.

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