segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sugestão para completar um concerto.

Artigo do Prof. Abdon Barreto Filho, economista, sobre obviedades difíceis de serem percebidas.

Recentemente, recebi um texto de autor desconhecido que bem representa observações sobre assuntos que não se tem conhecimento. É uma alerta para alguma pessoa que, por ignorância sobre um tema, acredita estar contribuindo para resolver um problema e emite opinião indevida, como o personagem da narrativa a seguir:

Um empreendedor ganhou um convite para assistir o “Concerto da Sinfonia Inacabada de Schubert” (O Franz Peter Schubert, foi um dos grandes compositores clássicos – 31/01/ 1797 a 19/11/1828). Como estaria impossibilitado de comparecer, o empreendedor passou o convite para o Gerente da sua organização por acreditar que ele estaria preparado para ouvir e valorizar apresentações artísticas e culturais. Na manhã seguinte, o empreendedor perguntou se ele tinha gostado do espetáculo e, ao invés de comentários, recebeu posteriormente a seguinte mensagem eletrônica: 1ª) Por um bom período considerável de tempo, alguns músicos não tinham nada a fazer. A orquestra deveria ser reduzida e o trabalho redistribuído pelos músicos, evitando-se picos de inatividade; 2ª)Todos doze violinos tocavam notas idênticas. Isso parece ser uma duplicidade desnecessária de esforços e o contingente dessa seção deveria ser drasticamente cortado. Se um alto volume de som é requerido, isso poderia ser obtido através do uso de um amplificador; 3ª) Muito esforço foi envolvido em tocar semitons. Isso parece ser um preciosismo desnecessário e seria recomendável que todas notas fossem arredondadas para o tom mais próximo, preferencialmente abaixo. Se isso fosse realizado, poder-se-ia utilizar estagiários em vez de profissionais; 4ª) Não havia utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já tocada pelos instrumentos de cordas. Se toda essa redundância fosse eliminada, o Concerto poderia ser reduzido de duas horas para apenas 20 minutos; 5ª) Sumarizando as observações anteriores, pode-se concluir que se o famoso compositor Schubert tivesse dado mais atenção a esses pontos tivesse tempo de acabar sua sinfonia.

Em primeira instância, salvo melhor juízo, as experiências com novas informações diferentes daquelas comuns ao seu ambiente social e profissional podem gerar equívocos nas análises. Para alguns, são óbvias. Para outros, são incompreensíveis. É óbvio que a informação, a educação, a cultura, o convívio social, permitem novas percepções sobre as diferenças nas artes, nas ciências, nas políticas, nas economias e o papel de cada um numa “aldeia global” repleta de concertos e consertos não terminados. Será ? Respeitam-se todas opiniões contrárias. São reflexões. Podem ser úteis. Pensem nisso.

[Postado por Nelson Perez]

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