segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A verdade no marketing.

Em um congresso mundial de marketing realizado nos Estados Unidos, a programação era de alto padrão técnico, embora o título de uma das palestras parecesse equivocado: “A verdade no marketing”. Isso porque a prática do bom marketing pressupõe o exercício permanente da verdade. Na sua apresentação, o conferencista exibiu anúncios, folhetos e vídeos, todos mostrando os produtos e os serviços, com suas marcas e logomarcas. Ao lado de cada um desses anúncios, mostrou análises de laboratórios e institutos de certificação, que indicavam, de um lado, as características que os produtos e serviços diziam ter e, de outro, aquilo que efetivamente continham. As análises apontaram claras diferenças para menos, seja na composição química, seja no desempenho do produto, seja na qualidade e intensidade dos serviços oferecidos. Ou seja, prometiam alguma coisa, mas entregavam um produto ou serviço de qualidade inferior. Aquelas empresas estavam enganando o consumidor.
No decorrer da palestra, fui pensando: se fosse no Brasil, este palestrante tão corajoso não teria “o amanhã” profissional. Ao final, e para a minha surpresa, o palestrante foi longamente aplaudido e de pé, como um popstar. No espaço reservado para perguntas, vários foram os pedidos de desculpas, apresentados pelos representantes de algumas das empresas mencionadas, ao auditório e aos consumidores. Esses senhores diziam desconhecer tais infrações e prometiam tomar imediatas providências. Outros afirmavam e pediam aos participantes que nunca mais prestigiassem as empresas denunciadas e seus produtos. Enquanto isso, no Brasil, vemos diariamente algumas empresas e políticos enganarem as pessoas e, ainda assim, continuarem sendo prestigiados pelos clientes e eleitores. É só consultar os Procons, os resultados das eleições e as crônicas policiais e de escândalos. Precisamos melhorar, e muito, no marketing e neste Brasil.

[Günther Staub - Diretor da Staub Comunicação e Marketing]

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