quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Chegou a hora de planejar.

A gestão orçamentária é um guia valioso para lidar de forma racional com as surpresas que o mundo pós-crise impôs a todas as empresas.
Passado o temor inicial das consequências da crise financeira internacional, as empresas estão mais humildes, preocupadas com erros, correto posicionamento estratégico e eficiência operacional — ingredientes imprescindíveis para alcançar a sua sustentabilidade.
Antes da crise, quando estavam com atividade a pleno vapor, o nível elevado de estoque não constituía preocupação: o custo era facilmente coberto pelos ganhos operacionais. Depois, muitos negócios quase quebraram por conta da má administração.
Talvez o mais importante de todos os erros cometidos pelos empreendedores seja imaginar que os resultados presentes, sobretudo os favoráveis, continuarão ocorrendo no futuro. A solução é planejar, estabelecer objetivos claros e implantar uma gestão eficiente.
A resistência para implantar a gestão orçamentária decorre de má compreensão. Em primeiro lugar, imagina-se tratar de inútil atividade de adivinhação. Como orçar a receita dos próximos 12 meses, se eu não sei qual será a da próxima semana? A resposta é: não se faz orçamento para acertar os valores projetados. Orçamento é instrumento de gestão. Serve como guia. Na hipótese de uma meta não ser atingida, a empresa emprega o instrumento orçamentário para compreender as causas dos desvios e realinhar planos de ação. Outro equívoco é imaginar que o orçamento vai engessar a empresa, tirando-lhe agilidade e flexibilidade. Outra falácia.
Orçamento pode ser revisto periodicamente, sofrendo ajustes de acordo com a dinâmica do negócio. O importante é que estas revisões sigam regras bem claras e previamente definidas.
Metas orçamentárias precisam ser realistas, respaldadas em planos de ação robustos e factíveis. Nesse sentido, o processo de elaboração do plano precisa ser construído com envolvimento dos gestores.
Por ser tarefa dispendiosa, as pessoas perdem a chance de utilizá-la para uma reflexão profunda sobre as perspectivas dos resultados futuros, com identificação das oportunidades e riscos envolvidos.
[Haroldo Vale Mota - Fundação Dom Cabral - Revista pegn]

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